A Queda de Ícaro e a Queda de Neófitos Espirituais

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Alguns anos atrás, enquanto fazia um curso de inglês, me deparei com uma história fenomenal de um conto mitológico. Nesse conto, aprendemos sobre a queda de Ícaro e a importância de valorizar o caminho do meio. Observa-se que, de cada 10 pessoas que começam sua jornada espiritual, 8 acabam abandonando por diversos motivos. Quando iniciamos na espiritualidade, tendemos a tropeçar devido às nossas fraquezas e falhas de caráter. Uma queda comum entre os neófitos (novatos) está ligada ao orgulho ou a questões sexuais. Hoje em dia, é muito fácil cair nas armadilhas do vício sexual, pois o mundo facilita isso com as redes sociais. Quanto ao orgulho, ele geralmente se manifesta na ânsia de desenvolver poderes espirituais e mediúnicos, e muitos caem na ilusão de se sentirem diferentes ou melhores que os outros. No entanto, são falsos iluminados. Pessoas com brechas de orgulho acabam sendo enganadas por seres desencarnados que exploram essa vulnerabilidade nos neófitos.

No Brasil, em muitas práticas que envolvem magia, é fácil notar o orgulho entre alguns espiritualistas. Muitos se sentem poderosos por terem conhecimentos de energia e magia, e alguns até prejudicam outras pessoas, acendem velas para interferir no livre-arbítrio alheio. Charlatões são facilmente encontrados, pois muitos jovens buscam o desenvolvimento de sua mediunidade. Esses falsos mestres se aproveitam dessa busca, oferecendo "desenvolvimento mediúnico" ou "poderes espirituais". No final, esses jovens acabam escravizados por seres negativos, vagantes e apegados a vícios e hábitos inferiores. Desorientados, esses jovens desenvolvem orgulho, atacam-se mutuamente com feitiçaria e acreditam ser aceitável manipular o destino de outros com magia. No Brasil, neófitos que caíram em tais práticas são facilmente encontrados e, muitas vezes, recorrem ao tarot de forma distorcida para ler seus destinos.

Mexer no destino alheio gera um karma sério para quem o faz, podendo resultar em doenças, problemas financeiros e, muitas vezes, problemas mentais irreversíveis. Por que isso acontece? Existe uma espécie de karma que faz com que certas pessoas caiam nas mãos desses falsos profetas. Nem todos são abençoados com a capacidade de receber ensinamentos avançados e sagrados, e aqueles com este tipo de karma, ao buscarem ensinamentos espirituais, acabam presos nessa ilusão. Após se envolverem nisso, é muito difícil sair, especialmente porque, nos dias de hoje, é difícil encontrar pessoas capacitadas para encaminhar ou remover espíritos desencarnados.

Pois bem, esse é um pequeno desabafo neste post. Entendo que até mesmo muitos desses enganados podem, em vidas passadas, ter prejudicado outras pessoas com conhecimentos de magia e, por isso, continuam esse ciclo kármico, sem acesso aos conhecimentos mais avançados. Quando estudei o conto de Ícaro, por meio de uma intuição superior, recebi seu verdadeiro significado de um ser espiritual. Esse ser me revelou duas interpretações poderosas dessa história, e vou compartilhar uma delas aqui. Mas, antes, vou resumir a história para aqueles que ainda não a conhecem:

"A história da queda de Ícaro vem da mitologia grega e é uma das mais conhecidas e simbólicas histórias da cultura ocidental, representando temas como a ambição, a desobediência e as consequências da imprudência.

Ícaro era filho de Dédalo, um engenhoso inventor e artesão que construiu o Labirinto de Creta para o rei Minos, onde foi aprisionado o Minotauro. No entanto, Dédalo acabou caindo em desgraça com Minos por ter ajudado Ariadne e Teseu a escaparem do labirinto, e ele e Ícaro foram aprisionados em uma torre na ilha de Creta.

Para escapar, Dédalo usou sua habilidade e construiu duas asas feitas de penas e cera, uma para si e outra para seu filho. Antes de voarem, Dédalo avisou a Ícaro que ele deveria manter um voo moderado: não deveria voar muito baixo, perto do mar, pois a umidade deixaria as asas pesadas; e nem muito alto, próximo ao sol, pois o calor derreteria a cera. Ícaro, no entanto, fascinado pela liberdade e pela sensação de voar, se aproximou demais do sol. Como previsto por Dédalo, o calor do sol derreteu a cera das asas, e Ícaro caiu do céu, despencando no mar Egeu, onde morreu afogado."

Interpretação:

O pai de Ícaro era um inventor genial e muito mais experiente do que seu filho. Ele construiu asas para que ambos pudessem retornar à sua terra natal e explicou a Ícaro que ele não deveria voar alto, pois, ao se aproximar do sol, a cera das asas derreteria, e ele cairia. Da mesma forma, voar muito baixo poderia fazer com que as ondas molhassem as asas, levando-o a afundar e se afogar. Ícaro representa o jovem aspirante espiritual em busca de poderes e desenvolvimento, enquanto seu pai simboliza o Eu Superior ou o mestre espiritual de Ícaro. O Eu Superior é como nosso anjo da guarda, constantemente enviando intuições para nos proteger e orientar. No entanto, muitos não conseguem ouvir essa orientação por estarem com a aura sobrecarregada de impurezas ou com fraquezas do corpo físico.

O conselho do pai para Ícaro — não voar muito alto, nem muito baixo — representa o equilíbrio que devemos buscar. Voar alto demais simboliza a queda espiritual por orgulho e vaidade, enquanto voar baixo demais reflete a queda através dos impulsos sexuais, com o mar simbolizando os fluidos sexuais. O segredo aqui é o caminho do meio e o autocontrole; qualquer extremo pode levar à queda. Quando uma queda espiritual acontece, ela é intensa e, muitas vezes, irreversível. Já vi clarividentes, incluindo um bem famoso no Brasil, caírem profundamente ao ponto de se tornarem completamente arrogantes e orgulhosos. Com isso, perdem a visão clara de si mesmos, afundando-se espiritualmente. Outros percebem sua arrogância, mas ele próprio não consegue, pois a cegueira espiritual é enorme.

"O conselho que deixo aqui é: no caminho espiritual, somos eternos aprendizes. Siga sempre pelo caminho do meio. Atma Namaste,Cho Sun Ling"